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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

QUANDO MEU ALUNO NÃO ACOMPANHA A TURMA... ALGO ESTÁ ERRADO ... TALVEZ SEJA... A DISLEXIA

Distúrbios de Aprendizagem

Quando uma pessoa tem dificuldades para ler ou para escrever, apesar de ter recebido educação apropriada, suas oportunidades de sucesso na escola e na vida são diminuídas. Freqüentemente associamos estas dificuldades com uma menor capacidade intelectual, mas o problema real pode ser um distúrbio de aprendizado.

A dislexia é um tipo de distúrbio de aprendizado que interfere na maneira como a pessoa percebe e processa letras, números e símbolos. Embora o diagnóstico de dislexia deva ser feito por um profissional, existem alguns sinais que pais e professores podem observar assim que a criança começa a aprender a ler e escrever. Os sinais mais comuns são letras e números percebidos e escritos de forma invertida ou de cabeça para baixo. Outras características são dificuldades em aprender alguns fonemas, memorizar novas palavras, problemas com a coordenação motora e dificuldades de leitura.

Se seu filho ou familiar apresenta algum destes sinais procure a professora ou orientadora educacional de sua escola. Você pode também procurar um especialista em educação nas áreas de Pedagogia, Psicologia, Fonoaudiologia ou Terapia Ocupacional. Com o diagnóstico precoce e suporte apropriado estas crianças podem ter um desenvolvimento adequado, igualando suas chances de sucesso pessoal e profissional as de seus colegas.

O que é Dislexia de Leitura

Dificuldade relacionada à manutenção da atenção, compreensão e memorização e à atividade ocular durante a leitura levando a um deficit de aprendizado. A Dislexia de Leitura afeta pessoas de todas as idades, com inteligência normal ou superior à média e está relacionada a uma desorganização no processamento cerebral das informações recebidas pelo sistema visual.

Devido ao esforço despendido no processamento das informações visuais, a leitura torna-se mais lenta e segmentada, o que compromete a velocidade de cognição e a memorização, produzindo cansaço, inversões, trocas de palavras e perda de linhas no texto, desfocamento, sonolência, distúrbios visuais, dores de cabeça, irritabilidade, enjôo, distração e fotofobia, após um intervalo relativamente curto na leitura.

Embora a causa da dislexia de leitura esteja relacionada às alterações neurobiológicas no processamento cerebral, problemas oculares contribuem significativamente para os sintomas da dislexia. Estima-se que 85% de todo o aprendizado dependa das informações recebidas através do sistema visual.

A avaliação oftalmológica dos pacientes disléxicos deve ser dinâmica considerando a atividade ocular durante a leitura e o esforço contínuo de foco para longe, perto e distâncias intermediárias (quadro negro, livros e cadernos e computador), o fluxo de informações constante e a percepção e cognição cerebral.

Este fluxo deve se processar, de maneira contínua através de movimentos sacádicos e fixações que refletem o estilo de leitura de cada pessoa, e que independem até certo ponto da dificuldade do texto. O estilo de leitura é caracterizado através do DPLC - Diagnóstico Padrão de Leitura e Cognição. Por meio do DPLC, a eficiência da leitura, aprendizado e memorização são obtidos antes e após o uso dos filtros seletivos. No Hospital de Olhos, o DPLC é obtido pelo rastreamento da atividade ocular dinâmica, associada a testes da visão funcional, contraste, estereopsia e fotosensibilidade. Esses testes são sempre precedidos por laudos neuro e psicopedagógicos, já que a abordagem da dislexia de leitura é sempre multidisciplinar.

Sintomas mais freqüentes

- Sensibilidade à luz (luz do sol, luzes fortes, luzes fluorescentes, faróis, iluminação das ruas)
- Estresse e esforço ao realizar tarefas rotineiras (atividades visuais, audição, assistir TV, visualização de cores, uso de computador)
- Dificuldade na área matemática (erros de alinhamento, velocidade, exatidão/precisão)
- Distração constante (leitura, audição, trabalho, provas)
- Dores de cabeça ao ler
- Desempenho comprometido nos esportes com bola
- Dificuldade para acompanhar objetos em movimento
- Sonolência em viagens de carro ou ônibus
- Dificuldades ao dirigir durante a noite
- Cansaço/Fadiga em atividades rotineiras
- Audição “retardada”
- Baixa concentração no estudo e ao realizar provas
- Dificuldade na leitura de partituras
- Percepção de profundidade comprometida
- Déficit de Atenção
- Náuseas, tontura e dores de estômago ao ler
- Dificuldades para seguir a leitura apenas com os olhos
- Ansiedade
- Nervosismo


Tratamento

A abordagem é sempre multidisciplinar, sendo que a contribuição oftalmológica é feita em quatro etapas:

1ª Etapa:

- Entrega de questionários: Ao agendar sua consulta o paciente receberá dois questionários que deverão ser entregues no momento da entrevista inicial.

- Entrevista inicial: Ao chegar ao Hospital de Olhos o paciente receberá orientações sobre o processo de avaliação pelo qual será submetido, sendo especificadas todas as etapas do procedimento e histórico do paciente.

- Avaliação oftalmológica de rotina: Nesta etapa serão obtidos dados sobre acuidade visual, refração, retina, pressão ocular com o objetivo de afastar alterações oculares.

2ª Etapa:

- Avaliação da Função Visual: serão realizados testes psicofísicos como sensibilidade ao contraste, percepção cromática, aberrometria, encerrando assim a análise da função e processamento visuais.

3ª Etapa:

- Screening: avaliação para constatação de distorções visuais no processo de leitura pela metodologia Irlen

- Diagnóstico Padrão de Leitura Cognitiva( DPLC): Rastreador ocular para análise, medidas e identificação do padrão visual sob estímulo dinâmico com registros da movimentação ocular durante a leitura. O DPLC nos permite constatar objetivamente a eficiência da leitura do paciente.

- Avaliação da função neurovisual: Seleção e adaptação dos filtros seletivos, específicos para cada paciente.

4ª Etapa:

- Entrega dos Filtros: o paciente será submetido ao DPLC e Teste da visão cromática.

Rede de Screeners

Ao realizar uma nova consulta é possível ter acesso ao mapa da rede de profissionais habilitados para a identificação dos primeiros sinais dos distúrbios de aprendizagem.

Estes profissionais, chamados na linguagem técnica de screeners, foram capacitados por meio de cursos exclusivos fornecidos pela Fundação Hospital de Olhos e por uma equipe multidisciplinar formada por oftalmologistas, fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos.

São hoje 882 profissionais das áreas de saúde e educação, de 19 estados brasileiros, que estão aptos a realizarem esta primeira triagem. Este processo consiste na aplicação de uma seqüência de testes que identificam os principais sinais dos transtornos de aprendizagem.

fonte: www.dislexiadeleitura.com.br
acesso: 01/11/2010

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